Adoptando aquela filosofia quotidiana sempre muito conveniente do "look at the bright side", a semana e meia em que estive encarcerado no domícilio serviu para disfrutar de doses industriais de filmes na TV, livros e longas, longas sestas.Para muitos, isto não passará do constatar de uma evidência: na TV quase só passam filmes que pouco vão além da nobre causa de nos entreter, o que só por si não é mau de todo. No meio de tanto entertenimento, reza a estatística que estava destinado a ver pelo menos um filme que me maravilhasse o espírito, e assim foi. Na madrugada de terça feira a RTP presenteou-me a Gigi.
Este musical de 58 anda à volta da personagem magnificamente interpretada por Leslie Caron, Gigi, uma jovem(muito jovem) parisiense no ínicio do séc 20 que está em estágio intensivo para cortesã. A história não é fantástica, os diálogos não são fabulosos, a moral não é pedagógica, mas tudo juntinho e condimentado com a elgância muito característica do Vincent Minelli e com a subversão do tema Nabokoviano, torna-se numa película adorável.
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