terça-feira, janeiro 29, 2008

Uma nova era


A vulgarização do acesso de banda larga à Internet revolucionou a humanidade. A informação, hoje discutivelmente o bem mais precioso na nossa sociedade, deixa de pertencer às esferas elitistas, deixa de poder ser censurada ou modificada de forma a manipular massas ignorantes. Por mais que entidades governamentais ou guiadas por motivações capitalistas concentrem esforços na opressão informativa, a arquitectura aberta da Internet significa que o monstro da livre circulação de ideias e experiências entre seres humanos de todas as culturas e credos só poderá ser parado com a paralisação total e inconcidiconal da rede.

Uma nova era assim emerge. Legiões de hackers, phreakers e crackers, guiados por códigos de ética que marginalizam quem use conhecimentos cibernéticos superiores para levar a cabo acções não suportadas em motivações "nobres", juntam-se em grupos anónimos para combater, ignorando possíveis consequências jurídicas reais, uma guerra virtual sobre algumas organizações alegadamente demoníacas.

A 21 de Janeiro de 2008, tendo o YouTube como primeiro teatro de guerra cibernético, atirou-se a primeira pedra: um grupo sugestivamente auto-intitulado de Anonymous, justificando-se nas mortes relacionadas com a igreja nas últimas três décadas e nos métodos declaradamente "fair game" (expressão americana que define o conceito de combate aos "inimigos sem olhar a meios") da organização, fixa o alvo na igreja da Cientologia, prometendo a destruição da estrutura organizacional da igreja, custe o que custar.

No dia seguinte a esta publicação, o servidor da igreja foi danificado em consequência dum ataque de DDoS de cerca de 220 Mbps, resultando na remoção temporária do conteúdo oficial da seita, na web.

As regras 1 e 2 da Anoynmous: tomar todas as acções e declarações, cibernéticas ou reais, sobre o pseudónimo Anonymous e nunca em nenhuma circunstância revelar a identidade real, garantem que os alvos da organização estarão sempre a lutar contra oponentes invisíveis, tal como acontece, até certa medida, com o Terrorismo.

O fracasso inevitável, tanto na guerra ao Terrorismo como a estas organizações cibernéticas, levará necessariamente a que governos e empresas de todos os cantos do Mundo reflictam, esperando-se que essa reflexão culmine na conclusão de que a partir deste século as guerras não se travarão através da violência física nem da obsoleta opressão informativa, e que, como tal, até arranjarem maneira de controlar as mentes e atrofiar o pensamento individual de cada um, só terão paz quando espelharem humanismo.

3 comentários:

Anónimo disse...

Diz-se que as principais guerras no século XXI dar-se-ão devido à disputa por água potável e petróleo e em nome da luta contra o terrorismo. De facto, a esta lista ter-se-á que acrescentar a luta pelo controlo e acesso à informação.

DuChef disse...

I don't believe in internet.

Cheguevara disse...

A internet ameaça acabar com todas estas igrejas de enganar otarios...
Ate que enfim! Se o criminoso do inacio de loiola sonhasse com isto,nem se tinha dado ao trabalho de ter criado a maior maquina assassina da Historia,a inquisiçao.