quarta-feira, janeiro 28, 2009

The Dying Animal para uns Elegy para outros


"The Dying Animal", um relato da vida de um homem nos seus 70 anos apaixonado por uma miúda de vinte e muitos, cheio de pormenores libidinosos se calhar não é à partida uma leitura atraente. Eu pelo menos atirei-me sem grandes expectativas para esta aventura, a começar pela pelagem axilar na senhora da foto. Pensei logo, este tipo é mais um ultra-feminista. Mas não, a estética feminina e todas as minudências desse universo são delicadamente bem tratadas. À parte do drama da sexualidade geriátrica, tema sobre o qual não consigo nem quero reflectir, a generalidade dos assuntos abordados no livro são de interesse, como por exemplo as desvirtudes do casamento, ou a crítica do hedonismo puro. Sem querer entrar em modo spoiler agradou-me bastante o final, onde aparentemente surge alguma contradição numa personagem que vinha a ser construída como a de um libertino sofisticado.

Recomendo, mas com o simpático aviso de que será necessário algum estomâgo para ler os trechos relacionados com os fetiches sexuais do "herói". Deixo uma pequena passagem que poderá servir de aperitivo ou de "O quê?!!, não vou ler essa merda!".

"(...)Porque só quando fodemos é que tudo aquilo que não gostamos na vida e tudo aquilo que nela nos derrota é puramente, ainda que momentaneamente, vingado. Só então estamos mais limpamente vivos e somos mais limpamente nós mesmos. A corrupção não é o sexo, a corrupção é o resto. O sexo não é apenas fricção e divertimento superficial. O sexo é também vingança contra a morte. Não esqueçam a morte. Não esqueçam nunca. Sim, o sexo também é limitado no seu poder. Eu sei muito bem a que ponto é limitado. Mas, digam-me, há algum poder maior?(...)"


Enquanto buscava a capa do livro descobri que este saltou para o cinema com o nome de Elegy. O que me deixou curioso, especialmente porque os actores principais são o Ben Kingsley e a Penélope Cruz, coisa que nunca me passaria pela cabeça caso fosse eu o director de casting da dita produção(se eu mandasse era de caras que ia escolher a Salma Hayek). De qualquer maneira, pode resultar.

Tenho por último a dizer que a Penélope Cruz é agora na minha opinião de especialista uma actriz talentosa depois do Vicky Cristina Barcelona, e o facto de ter rodado o filme do Woody Allen depois deste que quero ver não é relevante para o que acabo de informar ao mundo: a Penélope é hoje uma actriz espetacular.




5 comentários:

Cheguevara disse...

Vi um filme parecido.

Era com o A. Hopkins, a Nicole Kidman e ainda entrava o Gary Sinise.

Anónimo disse...

O Gabriel Garcia Marquéz tem um livro parecido... "Memória das minhas putas tristes".

Está visto que é um tema recorrente lol

Bebel Sousa disse...

Olá passei para retribuir sua visita no meu blog!

obrigado...acredito que está nova aventura vai ser bem interessante!

até mais!!

Lis disse...

olá,

Te conheci atraves do blogblogs,gostei do seu blog...e vou continuar te visitando.Em relação a este livro não li ainda ( e não sei se vou ler rsrsrsr) não sou muito chegada a literatura mais realista,crua...Você já leu livro O amante de Lady Chartterley ? a temática do livro mostra o sexo como gerador de várias mudanças nos personagens e o interssante é q foi escrito em 1928 e inicialmente foi considerado pornografico,por sua descrição mais crua das relações sexuais...bem este comentário tá ficando muito grande ushaushasusha vou parando por aqui...bjus e até mais

DK disse...

se critica o hedonismo puro não quero ler. em vez disso isso releio o do garcia marquez.