Carta aberta á autoridade

Cara autoridade,

Moro num bairro em que o estacionamento é, digamos, extremamente difícil, sobretudo a seguir ao jantar. Como tal, é normal nesse mesmo bairro, os moradores serem forçados a estacionarem os veículos em lugares não apropriados. Mas o curioso, é que a autoridade parece encarar este facto, de outra maneira. Parece que os proprietários dos veículos o fazem por desporto, ou puro desafio ás regras de trânsito, mas não, por incrível que pareça é mesmo por necessidade. Quanto mais não seja, necessidade de ir para casa. Porque apesar de tudo, custa estar mais de três quartos de hora à procura de um lugar, a não ser que queiram que fiquemos a dormir no carro, o que me parece uma hipótese pouco cómoda. Desde que voltei a Campo de Ourique, em 2002, já levo cerca de meia dúzia de multas, sempre de estacionamento, e já tenho um aviso do M. da Admnistração Interna onde me informam que durante 180 dias não poderei cometer qualquer infracção grave ou muito grave, porque nessa eventualidade ficarei impedido de conduzir por 30 dias. (Caso fique impedido de conduzir não posso deixar o carro mal estacionado. caso contrário arrisco nova punição, ou de estacionamento ou de condução sem autorização).
E este país é mesmo assim, quem mata ou rouba/furta, vem cá para fora no dia seguinte, após uma passagem no tribunal e quem apenas quer ir para o conforto do lar, tem o MAI atrás. À falta de melhor adjectivo, esta situação é no mínimo brilhante.

"Quem rouba um pão é um ladrão, quem rouba um milhão é um cidadão."
Victor Hugo

P.S.: Peço desculpa mas na última palavra eu queria dizer hilariante.