segunda-feira, dezembro 03, 2007

Lisboa City, watch out this Babylon


Na outra noite, uma que se sucedeu a dois dias consecutivos consciente e ao fascinante espectáculo superiormente descrito no post anterior, fomos, como é habitual, em busca de cerveja ao litro barata para aquele canto no bairro alto onde todas as culturas se entrelaçam mutuamente de forma pre-orgásmica, vulgo a rua das litrosas ao pé do Mezcal.
Gente conhecida como sempre, aliás, sempre a mesma gente conhecida aí, mas uma surpresa para nós, litrosas e respectivos amendoins quando se gera conversa com um até então distintamente anónimo distribuidor de flyers de festas reggae. Ar Rastafari, mas sem as dreadlocks, boina de lã com as cores sagradas do movimento, vermelho, verde e amarelo da bandeira etíope e preto pelo continente africano, apresento-vos Ras Damula.
Manter-se consciente durante muito tempo tem as suas desvantagens mas proporciona uma bebedeira fácil e melosa. Nesta altura já sentia os efeitos do par de litrosas ingeridas entre jogos mafiosos pelo que esta mistura cromática patente no chapeú do personagem me hipnotizou. Tive ainda um último rasgo de discernimento ao deduzir que se calhar era essa a intenção da utilização daquelas cores.
Por esta e por outras razões, os 30 minutos seguintes traduziram-se numa experiência interessante de aprendizagem da cultura Rastafari que só consegui concretizar no dia seguinte quando pesquisei palavras-chave que me lembrara, no wikipedia. A ligação entre Babylon, Zion, Haile Selassie, abstinência, cannabis ou a rainha de Inglaterra (ou Whore of Babylon como eles preferem chamar) não é inteligível ao comum ignóbil ocidental como eu. De qualquer umas das formas lá fiquei a saber mais alguma coisa sobre um outro credo, mas acima de tudo sobre uma outra maneira de acreditar nalguma coisa, e isso é o mais importante. Os putos na escola deviam saber sobre todas as religiões e credos, para abrir a mente.

Esta posta de pescada serve então para tributar uma cultura que respeito e que promove o positivismo em todos os quadrantes mas que não pratico por várias razões : a começar porque reprova o alcóol ao mesmo tempo que engradece a rainha de Inglaterra ao chamá-la a puta da Babilónia quando eu acho que a puta da babilónia é o Martim Moniz nas 6ªs feiras à tarde e depois porque acho de mau gosto plagiarem os judeus no nome da Terra Santa. Apesar de não ser judeu a Zion será sempre Jerusalém, inventem outro nome tipo Jahland ou Rastapolis, é uma sugestão que dou para apelarem a mais espíritos à deriva como eu.

4 comentários:

Cheguevara disse...

Lamento,mas esse ilustre senhor engana-se!!! A Babilonia é na Av. das forças armadas...

Anónimo disse...

ou o cú do claudio ramos. há inúmeras possibilidades!

Cheguevara disse...

Não me fiz entender!
É mesmo onde eu disse.

Anónimo disse...

Ya, ya...mas Mezcal é MecheECala-te, por causa dos momentos que lá se passam migrou para mechcal...mas nunca Mezcal (até porque a sonoridade fica foleira, até parece um nome judeu e se o fosse a malta de Jahland -gostei desse baptismo- não estacionava)!